Lançamento de livros na I FLIC no Cine São José, sábado, 1 de dezembro.
“Eu estou chamando a FLIC de supletivo de emoções porque tudo que eu não vivi de emoções literárias nos últimos anos, estou vivendo aqui hoje”, iniciou Samelly Xavier em sua fala. A autora apresentou o seu livro “Textos para Ontem” , e também foi mediadora dos lançamentos dos outros 4 livros na tarde de sábado, 01 de dezembro.
“Eu sou uma pessoa colorida, então resolvi fazer um livro colorido e você escolhe a cor da capa que gostar”. Com um duplo significado, o título, textos para ontem remete muito ao seu passado, pois, a última vez que ela tinha escrito um livro, tinha 15 anos e então, passou quase uma década sem lançar novos. Outro significado, “textos para ontem”, por ser um “acorde minha filha, vamos produzir, porque eu estava com muita saudade de viver isso aqui”, disse Samelly.
Samelly compartilha um de seus contos, que carrega uma emoção por lembrar de como foi criado. “A onda do mar não se pergunta se a pedra vai se desfazer com a sua batida. A onda não pergunta se a areia se pode se misturar a ela. A onda do mar vem pro mar, volta para o mar. Sabe o que a onda do mar faz? Ela se joga, se quebra nas pedras, se mistura nas areias, oferta seus tesouros e depois os recolhe para recomeçar. Minha mais nova definição, eu sou uma onda do mar” O livro é dividido em várias séries, começando pela “menina da carta, virou a autora desse livro”, por fazer alusão à sua história, é um livro interativo, porque no final, o leitor é convidado a continuar o livro com ela.
Já imaginou “colar” uma frase de um crítico e tornar o título do seu livro? Aconteceu com Ed Porto em seu livro Iarandara, um livro de poemas produzido em agosto deste ano, 2018. A palavra que originou o título foi tirada, “colada” de um crítico, analisando o livro ‘O jumento sedutor’ de Ariano Suassuna, com o significado de ‘A rainha do meio dia’.
Os poemas produzidos por Ed Porto foram compartilhados com Flávio Tavares que fez os desenhos para sua obra. Para instigar a leitura, o autor apresenta dois de seus poemas:
1. Coffee and sugar: O ébano e marfim, vivem em harmonia no teclado de polvo, eu vou tentando ao seu lado, café misturado com açúcar, ora doce, ora amargo. 2. Vela: Na bela cruzada de perna, apareceu a bela branca da jangada, largada, lentamente à velejar no mar calmo em noite de lua cheia e eu lá, em pensamento, bem dentro da viagem dela.
‘Sangrem os porcos, depenem os frangos’ é outro livro lançado neste sábado, de Ivandro Menezes. O livro é composto por 15 contos e eles têm uma relação entre vítimas e algozes e como muitas vezes, essa linha é muito tênue. Ele narra inicialmente com uma pegada mais violenta e depois ele vai criando uma espécie de arco. A priori, a ideia do título veio de repente, na rua, e encontrou a conexão, pela simbologia dos porcos na literatura e a fragilidade dos frangos.
Um dos contos que o autor menciona é o “Topo Gigio”, no qual, sua irmã o chamava por esse apelido, e então veio o título desse conto, onde segundo ele, a história não foi vivida, mas que retrata uma brincadeira entre amigos, um casamento de escola, que há uma reviravolta entre os personagens.
Haidel é a junção entre Haicai e Cordel, que virou o livro de Janaína Lira, um projeto de 2 anos.A autora conta que possui mestrado na área de literatura de cordel e trabalhando com o Haicai e poesia visual. Através da pesquisa da literatura de cordel, foi juntado e criado o termo “Haidel”, significa o Haicai no suporte do cordel. O folheto foi inspirado no estilo de romance e possui 4 cores, onde o leitor pode escolher e é dividido em 4 estações do ano, porque o Haicai no Japão é a motivação pelas estações do ano. O Haicai é praticado pela autora desde a sua adolescência, é mais que uma poesia, é uma busca pela escolha de vida, pela simplicidade, pela concisão, por tudo que o Haicai oferece.
‘Fatos Reais e Curiosos’ é o sétimo livro de Onildo de Moura, uma coletânea de casos, que faz despertar a curiosidade para figuras e acontecimentos de uma época, como também, narrativas acerca de acontecimentos vividos, trazendo ao leitor, o desejo de manter vivas, essas memórias que são relacionadas, ora pelos familiares, ora contada por amigos.
Como forma de resumir a sua obra, o autor apresenta em seu livro, um acróstico ao título feito por S.A. Guimarães:
F alar de passado antigo A umenta mais a saudade T anta curiosidade! O nildo recorda amigos S obre o suspense ou perigos R eal, e não pressuposto E stando sempre disposto A lembrar e descrever I sso é que chamo de lazer S audosismo de bom gosto E C ronista é, noite e dia U sar sempre a poesia R imada, escrita, sadia I mpondo todo cuidado O nde existiu luz e som S eja médio, ou seja, bom O nildo tem esse Dom S abe falar do passado.
Fotos por Iara Lima
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